Entre os nove indicadores selecionados para acompanhar os objetivos desse fator-chave, alguns têm apresentado trajetórias positivas nos últimos anos, enquanto outros permanecem estagnados ou apresentam tendências contrárias ao almejado.
Baixo Carbono e Recursos Naturais - Mapa Estratégico da Indústria
MAPA ESTRATÉGICO DA INDÚSTRIA 2023 2032
O CAMINHO PARA A NOVA INDÚSTRIAConheça os principais objetivos e metas que impulsionam o desempenho, a competitividade e o crescimento sustentável do setor industrial.
O Caminho para a Nova Industria
Label Alternativo
Fonte: CNI.
Entre os nove indicadores selecionados para acompanhar os objetivos desse fator-chave, alguns têm apresentado trajetórias positivas nos últimos anos, enquanto outros permanecem estagnados ou apresentam tendências contrárias ao almejado.
Recursos Naturais
Problema
Solução
A universalização do saneamento básico, abordada no fator-chave de infraestrutura, também se coloca como ponto essencial para melhorar a qualidade da água e preservar a biodiversidade. O bom gerenciamento dos usos concorrentes dos recursos hídricos é essencial para que a segurança hídrica seja alcançada, com segurança jurídica, mesmo em situações de escassez.
A clareza de regras quanto ao uso do patrimônio genético, bem como a facilidade de acesso a esses recursos constituem fatores essenciais para que a biodiversidade seja contemplada como uma fonte de inovação na economia. Isso garante que os incentivos econômicos reforcem os incentivos de natureza moral na conservação do meio ambiente.
Benefícios esperados
Adicionalmente, o aumento no volume de recursos naturais explorados de forma sustentável reduz a diferença de preço em relação aos recursos explorados de forma predatória. Por exemplo, o aumento da quantidade de madeira originária de planos de manejo florestal sustentável reduz o seu preço e o aproxima do preço da madeira obtida por meio de desmatamento ilegal. Com a redução na diferença de preço, os consumidores tendem a migrar seu consumo para a madeira rastreada, reduzindo a demanda pela madeira explorada ilegalmente e, consequentemente, o desmatamento ilegal.
Brasil, Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade>. Acesso em 10/07/2023.
Objetivos
Alcançar 6.922 notificações anuais de produto acabado pela indústria de transformação até 2032
- Crescimento de 0,5% a.a.
Fonte: SisGen, Ministério do Meio Ambiente (MMA).
- Aumentar o número de cadastros de acesso de indústrias ao Sistema de Gestão do Patrimônio Genético e Conhecimento Tradicional Associado – SisGen.
- Aumentar a quantidade de entidades capacitadas por cursos promovidos pela CNI quanto à legislação nacional de biodiversidade.
- Incentivar modelos de negócios inovadores em bioeconomia, a partir de ambiente regulatório favorável a investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
Diminuir para 600 o número de municípios com nível de segurança hídrica baixo ou mínimo
- Redução de 3,9% ao ano
- Promover estabilidade no fornecimento de água para a indústria.
- Promover o uso de fontes alternativas e reuso de efluentes tratados.
- Promover a estabilidade do valor da cobrança pelo uso de recursos hídricos.
- Universalizar o saneamento básico (ver fator-chave de infraestrutura).
Aumentar para 1,3 milhões M³ a quantidade de madeira em tora, produzida anualmente em florestas sob concessão até 2032
- Crescimento de 15,2% a.a – mesma taxa de crescimento anual observada entre 2015 e 2021
- Aumentar a produtividade de madeira das áreas sob concessão florestal, ou seja, ampliar a quantidade de madeira aproveitada para venda, respeitando-se o volume permitido para retirada.
- Aumentar a área de florestas sob concessão florestal.
- Melhorar a gestão dos contratos de concessão florestal, fortalecendo os órgãos responsáveis na administração federal.
- Fortalecer mecanismos de financiamento público e privado, via mercado, para financiar a conservação e a restauração florestal.
Descarbonização
A inserção de práticas, tecnologias e processos de baixo carbono na produção industrial contribui para a consolidação de uma economia mais sustentável e resiliente às mudanças climáticas.
Problema
Atualmente, o Brasil não conta com um sistema nacional de Mensuração, Relato e Verificação, para que as empresas realizem inventários de emissões de carbono de forma consistente e comparável, seguindo a mesma metodologia. Sem esse sistema, não é possível implementar um mercado de carbono que reconheça as emissões das empresas industriais brasileiras de forma oficial.
Embora o Brasil hoje seja reconhecido por ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com fontes renováveis para energia elétrica e o uso de biocombustíveis, é necessário um esforço contínuo para expandir as fontes renováveis de energia, à medida que a demanda energética do país cresça.
Solução
Benefícios Esperados
Brasil, Casa Civil, Brasil se compromete a reduzir emissões de carbono em 50%, até 2030, 03/11/2021. Disponível em: <https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2021/novembro/brasil-se-compromete-a-reduzir-emissoes-de-carbono-em-50-ate-2030>. Acesso em 13/07/2023.
Observatório do Clima, Emissões do Brasil tem maior alta em 19 anos, 01/11/2022. Disponível em: <https://www.oc.eco.br/en/emissoes-do-brasil-tem-maior-alta-em-19-anos/>. Acesso em 13/07/2023.
Objetivos
Reduzir a intensidade das emissões de CO2 equivalente pela indústria em relação ao PIB industrial para 0,183 Mton/R$ trilhões até 2032
- Redução de 0,5% a.a.
- Aprovar o marco regulatório de captura e armazenamento de carbono.
- Implementar projetos de captura e armazenamento de carbono.
- Ampliar o uso de novas tecnologias de baixo carbono.
- Consolidar um sistema robusto de Mensuração, Relato e Verificação (MRV).
Aumentar para 170 a quantidade de empresas da indústria de transformação que realizam inventários de emissões de GEE até 2032
- Crescimento de 1,8% a.a.
- Incentivar as indústrias brasileiras a realizarem seus inventários de emissões de gases de efeito estufa no Registro Público de Emissões, alinhados com Programa Brasileiro GHG Protocolo.
Aumentar a eficiência energética, por meio da redução da intensidade energética da indústria para 9,8% até 2032
- Redução de 0,24 p.p. ao ano
- Implementar uma política de eficiência energética de longo prazo, desvinculada de ações reativas que ocorrem em resposta às crises energéticas e hídricas, que contemple objetivos, metas, arranjo de governança e parâmetros para fiscalização.
- Articular maior direcionamento para a indústria dos recursos dos programas de eficiência energética existentes no país.
Elevar o nível de uso de fontes renováveis na matriz energética da indústria para 75%
- Crescimento de 1,3 p.p. ao ano
Fonte: EPE.
- Regulamentar a implantação de parques de energia eólica offshore.
- Fomentar a cadeia de valor do hidrogênio sustentável.
- Incentivar a ampliação do uso das energias renováveis e tecnologias de energia limpa em processos produtivos.
- Promover o desenvolvimento, produção e uso de biocombustíveis de nova geração
Economia Circular
A economia circular é o caminho para a consolidação de uma economia de baixo carbono no país, otimizando o uso dos recursos naturais ao longo de toda a cadeia de valor, por meio de fluxos circulares.
Problema
Os desafios impostos pelas mudanças climáticas e pela ameaça de esgotamento dos recursos naturais exigem a transição econômica de uma lógica linear, baseada no padrão extrair-produzir-consumir-descartar, para uma abordagem sistêmica, que promova o fluxo circular dos recursos. Isso implica adição, retenção e regeneração dos valores dos recursos ao longo de toda cadeia de valor.
O consumo atual de recursos naturais no mundo é 74% maior do que a quantidade regenerada, o que significa que precisaríamos de 1,7 planetas para manter esse modo de vida atual¹⁴.
No Brasil, a taxa de recuperação de resíduos sólidos é de apenas 1,6% do total de resíduos coletados, evidenciando a baixa circularidade no uso dos recursos. Além disso, os recursos não recuperados não são dispostos de forma correta (em aterros sanitários), de modo que ainda existem mais de dois mil lixões em operação no país
Solução
A adoção dos princípios de economia circular deve ser observada ao considerar o desenvolvimento de produtos e serviços, pois contribui, através de iniciativas como ecodesign e otimização de processos, tanto para a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs) e dos desperdícios como para a recuperação de valor dos recursos.
Além de aumentar o reaproveitamento, a recuperação e a reciclagem de resíduos, é essencial garantir a implementação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), que visa eliminar os lixões e garantir uma destinação ambientalmente adequada aos resíduos.
Benefícios Esperados
A eliminação dos lixões evitará a contaminação do solo, da água e do ar, a proliferação dos vetores de doenças, a desvalorização do entorno das áreas utilizadas e os impactos negativos sobre a saúde da população.
Global Circle Economy, The Circularity Gap Report 2023. Disponível em: <https://www.circularity-gap.world/2023>. Acesso em 15/08/2023.
Global Footprint Network, 2021. Disponível em: <https://www.footprintnetwork.org/>. Acesso em 13/07/2023.
Objetivos
Alcançar produtividade de recurso de $ 0,8/kg até 2032
Fonte: OCDE (Green Growth Indicators).
- Instituir uma política nacional de economia circular, capaz de promover a gestão estratégica dos recursos naturais e pavimentar o caminho de transição para a economia circular.
- Incentivar a oferta de produtos e serviços adquiridos em compras públicas, que atendam aos requisitos de sustentabilidade propostos nas fichas técnicas.
- Ampliar os investimentos em pesquisa e inovação tecnológica direcionados à concepção e desenvolvimento de produtos e serviços, de forma a estimular o design para a circularidade.
- Estimular a adoção dos princípios de economia circular no desenvolvimento de produtos e serviços, de forma a gerar maior valor no uso dos recursos e minimizar as perdas associadas aos processos.
Elevar a taxa de recuperação para 12,8% até 2032, conforme enquadramento na meta estabelecida pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
- Crescimento de 0,93 p.p. ao ano
Fonte: OCDE e SNIS.
- Reduzir a geração de resíduos e aumentar sua recuperação como recursos de valor.
- Contribuir para o aumento dos índices de recuperação de resíduos sujeitos à logística reversa, incluindo: pneus inservíveis, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, baterias de chumbo ácido, embalagens de agrotóxicos, embalagens em geral, embalagens plásticas de óleos lubrificantes, eletroeletrônicos e seus componentes de uso doméstico, pilhas e baterias, óleos lubrificantes usados e contaminados (OLUC) e medicamentos, previstos nos regulamentos vigentes.
Zerar o número de municípios com disposição inadequada de resíduos sólidos
- Universalizar a coleta de Resíduos Sólidos Urbanos.
- Aumentar a sustentabilidade econômico-financeira do manejo de resíduos sólidos pelos municípios.
- Universalizar o acesso dos municípios a aterros sanitários para disposição adequada do lixo não recuperável.
Ed. Roberto Simonsen
Brasília - DF CEP 70040-903